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terça-feira, 19 de abril de 2011

Estudo mostra que fumo potencializa desenvolvimento da artrite

Cientistas da Universidade de São Paulo fizeram uma descoberta. Mais um mal que o cigarro provoca em quem fuma. Essa descoberta confirma cientificamente o que os médicos já sabiam por experiência.

A pesquisa, que durou dois anos e acompanhou a rotina de 300 pacientes, revelou como a doença ataca o corpo. Pode ajudar na criação de novos medicamentos para essa doença que ataca milhares de brasileiros.
O sofrimento deixa marcas pelo corpo: inchaço, deformação nas articulações, dificuldade para andar, abrir as mãos e muita dor. “Dói bastante. Já teve dia de eu ficar travado na cama e não ter força para trocar uma camisa”, comentou o aposentado Adonizete de Faria.
No Brasil, mais de 540 mil pessoas entre 30 e 50 anos têm artrite reumatoide. “É uma doença autoimune, que acomete principalmente as articulações, e que se não tratada adequadamente leva à destruição progressiva dessas articulações com consequente perda funcional, dificuldade para o trabalho e para o lazer”, alerta o médico Rodrigo de Oliveira.
Quem tem a doença sempre ouve dos médicos o conselho para não fumar. Nem mesmo quem orienta sabe explicar o porquê. Um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, encontrou no cigarro uma substância que agrava a doença e acelera o processo nas pessoas que têm predisposição para a artrite reumatoide.
O estudo mostrou como funciona esse mecanismo. Uma substância presente no cigarro interfere no funcionamento de uma das células de defesa do organismo. Danificada, essa célula, a TH17, passa a atacar o corpo que deveria defender. O estudo mostrou que pessoas que fumam mais de um maço de cigarros por dia têm três mais risco de potencializar a doença.
“Na presença desses compostos que estão presentes no cigarro, animais com artrite tinham uma piora na doença. Quando nós inibimos o sensor de poluentes, esse receptor de hidrocarbonetos, os animais não desenvolviam a artrite”, explica o pesquisador da USP, Jhimmy Talbot.
Ao desvendar os mecanismos da doença, o estudo pode ajudar no desenvolvimento de drogas mais eficazes contra a artrite. “Se você puder bloquear esse tipo de mecanismo através do desenvolvimento de algumas substâncias, pode ser um possível modo de estabelecer um novo tratamento para a artrite reumatoide”, afirma Paulo Louzada Júnior, professor de reumatologia da USP.
O tratamento da artrite é feito com anti-inflamatórios e, em casos mais graves, com cirurgia. Os médicos também recomendam exercícios físicos para fortalecer a musculatura de quem tem a doença, que pode ser muito dolorosa e debilitante.

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