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terça-feira, 20 de outubro de 2015

De que morrem os portadores de espondilite?


Esse tema é pouco discutido, sei que é difícil abordar, mas a espondilite infelizmente pode matar direta, ou indiretamente, e por esse motivo resolvi pesquisar e postar esse conteúdo.


O problema da mortalidade elevada em portadores de EA tornou-se um assunto de grande interesse entre os reumatologistas a partir da década de 50. Naquele tempo, os espondilíticos eram tratados com radioterapia e os estudos iniciais apontavam uma incidência elevada de malignidades hematológicas quando comparada a da população geral. De lá para cá muitas coortes de espondilíticos; principalmente no Canadá, Reino Unido e Finlândia, foram acompanhadas e as complicações relacionadas a doenças circulatórias responde pela maioria dos óbitos em todas elas. Não parece haver maior mortalidade por doenças neoplásicas entre os
espondilíticos. Entretanto os fatores que predispõem a mortalidade cardiovascular ainda não estão totalmente esclarecidos e é notório um esforço de vários pesquisadores no sentido de se evidenciar e hierarquizar por ordem de importância muitas dessas variáveis envolvidas na morte de portadores de EA. Em alguns estudos, o risco de óbito por doença cardiovascular se encontra dobrado nos espondilíticos em relação a população normal. O papel que alguns marcadores modernos como as citocinas, moléculas de adesão e proteases podem desempenhar no desenvolvimento de doença aterosclerótica e disfunção da parede dos vasos sanguíneos nos portadores, está sendo amplamente estudado e o futuro é promissor.Algumas mortes de portadores de EA também foram descritas como consequência de fraturas vertebrais e subluxação cervical, complicações infecciosas pulmonares por tuberculose e fungos, doença renal (sobretudo ligada á amiloidose secundária e efeitos nefrotóxicos dos tratamentos) e mortes violentas, como quedas e suicídios, nas quais o uso de álcool foi um fator determinante. Atualmente, com o advento da terapia anti-TNF, falta um seguimento de maior prazo nos pacientes tratados e o risco de mortalidade até o momento parece não ter aumentado contudo infecções como a tuberculose são causas de grande mortalidade nos pacientes tratados.

No sentido de se criar uma agenda para a promoção e prevenção de saúde entre os portadores, algumas dicas simples podem ser levadas em consideração:

a) realizar consultas de rotina ao cardiologista;
b) prática regular de exercícios e atividades recreativas;
c) controle rigoroso de infecções nos usuários de drogas anti-TNF (estar atento para sintomas como febre e alterações respiratórias);
d) Controle de dislipidemias, diabetes, hipertensão, obesidade ou outros fatores sabidamente já associados a maior mortalidade cardiovascular;
e) Controle da função renal e avaliação periódica de atividade da Espondilite Anquilosante

Azevedo, Valderílio Feijó.
Espondilite Anquilosante / Valderílio Feijó
Azevedo, Eduardo de Souza Meirelles. - Curitiba:
Unificado Artes Gráficas Editora, 2009.

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